No fim da tarde caminhamos para o paraíso, como é costume se chegar neste lugar. Seu chão, entre pedras, cariris, sapos e corais, um chão de estrelas. Nossa primeira vista, a visão. Mãos em tatos buscando as forças da nossa mandala. O Pé de Bode, dos primores escondidos sob as faces da Terra.
Temos a mega ostra da fogueira, a mega ostra da mandala, a mega ostra das bagunças, a mega ostra do tripé. Munidos, nada nos falta ou faltará. Estamos todos atentos a nós. Em nós.
Fora grita o Esplendor, o Esplendor está por todos os cantos, um grande Deus aqui presente. Das vivências diversas do corpo, em muitos sentidos, pulsões e direções, partimos para o mundo. Que a Vida nos trouxe Nós e a Morte nos traz o Mundo. O que dirão ainda as Estrelas? Por hora nos diz: estarmos. Estarmos, e estamos. Pouco a pouco o Homem vai descobrindo as maneiras de clarear os labirintos.
Nossa noite vem anunciar o dia, nela saudamos. Nela aprendemos a emanarmos um, num só. E em muitos, como as flores. As flores, este chão daqui se põe escasso de flores, embora do alto, flô esteja num cair sem fim. Como o infinito.
Os corpos se entregam a viver os corpos, nos entregamos a viver. A sentir sono, achar beleza, sentir prazer, anoitecer. No meio da noite sou acometida por uma grande velha e querida visita, Puppy. A Puppy, minha única cachorra da vida, desta que se foi até então. Que me embalou a infância, os primeiros amores, as maiores descobertas, que me conduziu pelo portal do Ser. E se foi, e ontem veio me visitar. Me cuidar, me relembrar. Amanheço.
Amanheço num quase dia, na aurora mais vasta já sentida. O que mandou o Homem pra cá enviou o Sol, pra lembrá-lo de seu nascimento, a cada novo dia. E da infinda possibilidade de renascer, a cada alvorecer, a cada outro Ser.
Caminhar é preciso, e delicado. Há que se conhecer a delicadeza dos passos. Há que se descobrir poeira, pra Poder virar estrela. E quanta graça há nos pássaros, nas borboletas, nos grilos, nos bichos-pau, e mesmo, nas moscas. Ainda as moscas, e não mais elas. E não mais eu, e não mais nós.
Como é belo ver o vôo da Águia de cada espírito.
Nas pinturas a contensão de Espíritos, de espíritos de mais sábia sabedoria que
De onde virão suas bailarinas? Que alto o desafio do homem contemporâneo. Que alto, sempre, o desafio do homem em seus contemporâneos. Quanta força não teremos que reter pra não esquecermos, nunca. Pra não esquecermos nunca. Pra não esquecermos, jamais.
Doar-se.
Dar-se.
apenas
Coral.
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