3.26.2010

esta noite fui visitar, fui visitar um sonho,
num sonho,
que vivi um tempo atrás.
um pouco tempo atrás,
que no desafio da vida,
caso cabra não se cuide,
vai caindo por trás das névoas;
por trás das brumas que a velocidade da vida se põe a pintar.

no sonho,
desta noite, que fui visitar,
era um caminho cor de terra.
uma estrada cor de terra parida sob o sol de rachar,
e tantas flores, tantas lindas flores com suas cores e perfumes mágicos,
que no sonho pensava como antes não tinha tudo aquilo olhado.

dum lado da margem, na beira da estrada,
um campo; doutro lado da margem
da beira da estrada, um morro
e uma bananeira.
uma bananeira carregada de banana boa,
e diferente, diferente a bananeira,
diferentes as bananas.

minha sede não resistiu, com cuidado,
que dentro de mim o sino do perigo já fazia refrão, com cuidado
me pendurei num galho que dava.
e no morro, no alto do barranco, dei de cara com a cobra.
e era uma aqui, outra logo ali, e correr já não dava.

seus olhos brilharam fundo nos meus,
como me dizendo que sabia tudo o que dentro de mim passava;
e foi amor, e foi amor que trocamos,
ainda que na certeza do bote.
foi quando me lancei ao chão
e pernas pra quem te querem.
só deu tempo de olhar pra trás,
ver o bote armado...

e com o coração na boca lembrei do que Seu Chico falava:
"sonho a gente nunca termina de sonhar".

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