12.14.2010

penso, logo...

Hoje fomos gravar a entrevista que ficará nos arquivos do CCSP, sobre os diálogos elementares.
Lembrei lá de 2005, primeira aproximação minha do que viria a ser o Coletivo de hoje.

No primeiro esboço de idéia que Carol levantou havia uma vontade que me move ainda hoje e que vejo vindo no trabalho, verticalizando-se.

Era uma vontade de investigar como a performance podia estar no campo da ação cultural.

Aqui nesse embróglio reflexivo em que e encontro, penso que ação cultural está muito atrelada a idéia de produção de cultura. E que vivenciar, e não apresentar resultados de processos, tem a ver com isso, isso de produzir juntos uma cultura possível. Entendo melhor nesse momento o porque da opção pela vivência e não exatamente pela apresentação. E o porque tenho gostado tanto da idéia de circular por aí com algo como os Diálogos, onde o público era convidado, mais diretamente, a experimentar uma prática.

Acho que fazemos isso justamente para burlarmos a "seleção natural" da cultura massiva midiática vigente, a cultura que, estrategicamente, nos coloca em situações de apatia, impotência e que acaba nos fazendo acreditar que não há como escapar do ônibus caro e lotado, do mau atendimento no hospital, da escola ruim...

Metade vítima, metade algoz.

Mas como é conveniente manter alguém puramente na ilusão da vítima integral. Assim ela nos delega plenos poderes de algoz.

Quando a gente propõe o compartilhar e se deixa permear pelo que vem em troca, estamos trocando atitudes, atitudes delicadas, como pede a Luba, atitudes delicadamente significativas pra se seguir num contrafluxo.

Pra mim mesma é bastante difícil estar atenta o tempo todo as minhas pequenas vitimizações. Mas o poder da escuta vai aumentando e abrindo espaços, espaços de risco e segurança ao mesmo tempo, espaços para a movimentação. Para a integridade diante do outro.

Infinitamente grata pelo encontro!

Engraçado, em 2005 eu fui-me embora pra vida esquizofrênica de um banco.
Coisa e tanto depois sai, completamente maluca, corrida e fugida de lá.
Em 2008 voltei, sem muito entender, pra cá.
Até hoje tô aqui, mas só agora é que começo a conseguir ficar, fincar pé... na jaca.
;0)

Amor, alegria e gratidão!

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